terça-feira, 13 de março de 2007

Eis me aqui novamente , escrevendo simplesmente porque me deu vontade . Desejo de dizer não sei bem o quê e nem por quê .Vez por outra , renasce uma necessidade de ter um espaço para divagar sobre minhas inquietações e coisas simples do dia - a dia .
Sem ordem e coerência, resolvi voltar a escrever para mim mesma e para quem mais quiser ouvir.


DISRITIMIA

Os velhos cospem sem nenhuma destreza
e os velocípedes atrapalham o trânsito do passeio,
O poeta obscuro aguarda a crítica
e lê seus versos, as três vezes por dia,
feito um monge com seu livro de horas.
A escova ficou velha e não penteia.
Neste exato momento o que interessa
são os cabelos desembaraçados.
Entre as pernas geramos e sobre isso
se falará até o fim sem que muitos entendam:
erótico é a alma.

Se quiser, ponho agora a ária na quarta corda,
pra me sentir clemente e apaziguada.
O que entendo de Deus é a sua ira,
não tenho outra maneira de dizer.
As bolas contra a parede me desgostam,
mas os meninos riem satisfeitos.
Tarde como a de hoje, vi centenas.
Não sinto angústia, só uma espera ansiosa.
Alguma coisa vai acontecer.
Não existe o destino.
Quem é premente é Deus.

Adélia Prado

Um comentário:

Anônimo disse...

Como eu entendo desses nascimentos, desses hiatos, desses renascimentos, de cada necessidade de falar, de catarsear, de se silenciar... Use e abuse de cada palavra... Mostre a elas quem é que manda... e é sempre o seu coração, até quando este nada quer dizer, mas, mesmo assim, diz. Beijos e sucesso aqui nesta casa nova! Amei saber da novidade!