terça-feira, 27 de novembro de 2007


E eu que algum dia cheguei a pensar que não tinha mais medo de sofrer ,que no final das contas,até que me fazia bem.Por que quando se tá tudo feliz o medo do sofrimento te atordoa?! Eu que achei que esse era o único jeito de amadurecer, então tá bom como está , pode parar não quero mais crescer.Que temor é esse do telefone tocar, do mundo acabar , de envelhecer .Tá tudo muito bem indo assim como vai.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

A primavera chegou bem mais cedo esse ano; trazendo consigo perfumes novos por mais que meu olfato já conhecesse todas essas sensações. A esperança veio junto das flores, me fazendo lembrar Cecília dizendo: “Aprendi com a primavera a me deixar cortar e a voltar sempre inteira” .É isso, estou aqui, inteira, com os olhos marejados de esperança na vida.
E que venha mais outras ,e se tiver que vir com gostos amargos que traga para aperfeiçoar-me meus sentidos .Sentimento é o que corre em mim toda a toda, em meu corpo pequeno e magro , e cheio de lirismo.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

domingo, 9 de setembro de 2007




Aniversário chegando , e eu fico pensando mais em mim, lembrando do que pensava em 1997.Sou eu ainda, com alguns sonhos esquecidos.As conversas com amigas têm sido minhas doces lembranças.Há dez anos não tinha tanto medo do mundo ou tinha e não me dava conta?

Parece que comecei a me desconstruir faz pouco tempo.Minhas certezas estão se indo todas .Por que mesmo entrei na análise há dois anos atrás?

Desequilíbrio chamaria assim Piaget , e quando virá então a acomodação ?
Deus queira que nunca.
"E só então foi que notei que pra vencer tem que peder a direção E só então me fiz lembrar que pra perder você tem que saber ganhar."

domingo, 2 de setembro de 2007

Para começar bem setembro

Meditação à beira de um poema
Podei a roseira
no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira
constelada,
os botões,
Alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-se
diante do recorrente milagre.
maravilhosas faziam-se as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro.

ADÉLIA PRADO

terça-feira, 7 de agosto de 2007

PERICLITANTE

E eu serei a última a crescer
pra minha mãe não perceber
das primaveras que foram
Quantas! só o branco cresceu
nos cabelos dela e agora no meu.
Sou ainda a que chora
por ter menstruado.
Essa que guarda a timidez no olhar
um singelo sorriso pra agradar
correndo para o mundo não triturar meus sonhos
Eu não cresci não
minha avó não deixou
impediu-me de atravessar na frente dos carros.
sozinha,
sentada,
quietinha,
escondendo -me dos amigos
os poucos que tive.
sai da frente!
eu corro perigo.
periclitante!
Eu sou o perigo.
perigo!

sábado, 21 de julho de 2007

Ando desencantada, com palavras fugindo o tempo todo e eu querendo caça-las .Preciso dizer , mas elas não saem .Queria berrar o que sou, por que sou e me mostrar menos uma igual, mas quem sabe nem seja mesmo.
O lirismo não é burocrático não assina ponto e eu vou indo de ponta a ponta , um vem e o outro foge .
A vida mandou um dia escolher, me faço de tola .Não sei.Crescer é dor constante ,e nada se pode fazer com isso.

"Um pouco de sol, um pouco de chuva , umas árvores que emolduram a distância, o desejo de ser feliz, a mágoa de os dias passarem , a ciência sempre certa e a verdade sempre por descobrir, mais nada , mais nada.Sim, mais nada."

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante , a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência .
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a , branca, tão pegada, aconchegada
nos meus braços ,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência , essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 1 de julho de 2007

Pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz


A gente vai fingindo que o desrespeito e a falta de ética não são pedras que impedem o bem estar alheio, apesar de eu sonhar ainda com pessoas limpas .Humanizar seres humanos já foi pleonasmo um dia. E quando me perguntam se creio na melhoria do mundo , eu digo sinceramente que não sei.O poder corrompe, foi Machiavelli quem disse há seiscentos anos atrás.A falta (de) também.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A internet é o único vício que acompanha a minha vida adulta, mesmo com cansaço, estresses e etc.O caso é que ando tão afastada de palavras bonitas que às vezes fico com medo de virar um ser só razão .Ainda não li as poesias completas do Drummond que eu tanto sonhei , comprei com meu primeiro emprego , Dez horas ralando , pena que saí antes das parcelas acabarem e minha mãe terminou de pagar. O fato é que ando afastada de prazeres , estou vivendo pelo prazer do dever(?) , e nem reclamo disso , pois tô bem feliz .Só não gostaria de parar de escrever , de ler sem objetivos .Essas coisas sem obrigação.
Lembro da época em que fugia do curso para olhar os livros no Centro do Rio , o momento não foi dos melhores profissionalmente falando ,só que gostaria mto de ter tempo para tudo.Um pouquinho de equilíbrio e organização , palavras tão racionais , enfim é a vida adulta que invadiu -me.
Meu coração continua revestido de lirismo e há dias em que me dá vontade de falar de amor , de tudo que me inunda de sentimentos e vontade de parar tudo com sorriso no rosto. Hoje recebi um e-mail que me fez ficar encantada .E como é bom !

"eu aprendi a amar teu jeito, tuas nóias, tua benevolência, tua pureza. eu amo você pela pessoa que é, por toda essa vontade que tem em ser uma pessoa melhor, em ter um futuro mais estável. toda essa força que vc acha que não tem, mas eu sei que tem. é isso. eu te amo.é só por isso.
estou aprendendo com tua urgência.. quero que aprenda com minha calma. quero trocar com vc as experiências. quero ser pra você o que vc tem sido pra mim.
tudo!"

sexta-feira, 8 de junho de 2007

"A vida é mais tempo alegre do que triste"

O dia está nublado , mas tudo está bonito aqui dentro . Mudo o lugar, sento na poltrona do corredor com medo dessa bela paisagem , e repito :é porque não é dia de sol. As notícias tristes do jornal me fizeram rotular mal a vida, tadinha , ela tem cara de complicada .Mais nada.
Resolvi hoje escrever para contrariar meu superego que diz : "Só pegue a caneta quando estiver pesada, Clarissa. "

O vento passou e levou-me com ele , mesmo eu fugindo da janela . Estou assim : uma pluma.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Eu também tô em crise.Eu também vejo futuro distante. Eu também não tenho concentração no que faço.Eu também preciso ser reconquistada. Eu também sinto o peso.Eu também farei 26 em breve.Eu também não estudo.Eu também preciso de solidariedade quando estou mal humorada.Meu bem , eu também. Eu também não estou satisfeita com a vida.Eu também gostaria que tudo desse certo para nós .Eu juro que também.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

E o amor o que é mesmo ?O que se sente quando se ama a Deus ? O sentimento não sei .Tem uma sintaxe bonita: objeto direto preposicionado .É apenas o que tento entender um pouco.Não se aprende a amar , ou se apreende? É uma coisa egoísta, minha filha! foi minha avó quem me disse uma vez .Depois desconfiei que era isso mesmo.Um moço que me encantou me mostrou o que já deveria ter compreendido : só deixou de me magoar quando se apaixonou por mim .Gira sempre em torno do" eu" e não do outro, isso resume bem.E eu que por qualquer coisa fico tonta?!
Arrependo-me dos dias em que me perdi sem perceber certos outros ,por amar quem só olhava seu próprio eixo , talvez se trocasse seis por meia dúzia estaria sendo mais fiel a mim? Mas o que escrevo não é para ser triste.Não é mais sofreguidão que corre em mim, é apenas saudade das pessoas que sorriram e eu passei ; dos meninos que me perceberam, só que meus olhos estavam cimentados .Não percebi .Não me percebi , como?
Meu amor a Deus é pensar nos outros com lealdade e preocupação sem que para isso me devolvam o mesmo.Ou será que é engano meu ?! Einstein me deixou confusa .Se o tempo é relativo , e o amor?Quem sabe .

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Enquanto não tomo vergonha e digito coisas novas, vai esse mesmo...



O Biombo

"Não me deixe só, mas não chegue tão perto assim. não me abraçe, não me solte. não me faça te querer."

Um tabique de madeira escura foi colocada ali antes da mudança , um biombo entre os dois , como preferia dizer. O que dividia . Só assim é possível compartilhar , filosofava ele entre uma e outra baforada de cigarro . Matérias não se misturam ou não te disseram isso ?! Sempre terminava com esta afirmação interrogativa . Foi o biombo que o impediu de viver com ela , faltou - lhe ousadia para entrar no indevassável .Era alto e escuro o , o biombo .Só depois que o conheci comecei a prestar atenção nesse significado .Biombo . Palavra leve , um pombo voando talvez , é minha cabeça que vê poesia em tudo . Um vocábulo necessário, para ele , como uma porta , uma porta feérica poderia ser, dessas em que todos deveriam ter acesso de vez em quando para entrar e sair sem serem vistos , e até concordo que isso facilitaria a vida , quem nunca acordou e tudo o que mais quis foi chegar ao seu destino sem precisar não irritar- se com papos banais e pessoas chatas , um sonho de consumo em determinados momentos .O biombo era para mim um termo solitário , como ser livre e não conseguir se libertar do cárcere .Mas ele definia como uma possibilidade de viver uma vida , digamos , mais saudável. Acordei com vontade de dizer tudo isso a ele , aposto que adoraria me ouvir filosofar , mas achei melhor permanecer aqui com meus livros e cadernos sobre a cama , vai que acaba interpretando mal , adora codificar o meu dito e o não , ama bancar o sabichão .Certamente , ficaria irritado e logo pediria um tempo pela invasão .Não ,hoje eu fico aqui ouvindo meus cds que ele odeia , fingindo que a análise já me fez dona de mim .Na espera do telefone .Ele vai me ligar ou assobiar três vezes para eu adentrar com o falso ar de "não preciso de você para nada". Às vezes eu percebo que ele tiraria a divisão se eu não fosse e voltasse tantas vezes no mesmo dia .É que quem manda em mim pulsa e age tão mais rápido que a razão .Eu me amo nele , ele não .Eu deixo .Me escondo quase que instintivamente , mas quando saio sou assim , meio , visceral . Sem maquiagem , ele vê sempre tudo . Todo sábado não há biombos entre nós , e neste dia , acordo uma hora antes , me ajeito e chego a esquecer que Clarice Lispector é quem mais bem faz à minha alma .E eu percebo que ele , de maneira sensível e racional , corresponde o afeto com quase tudo que tem de melhor , o que resta ele deixa para ele ,:a maior parte qualitativamente , talvez .E eu digo que só me importo com o que sinto e finjo até que prefiro simplificar a vida. A única coisa que nós deixamos clara com olhares é a semana seguinte e, eu brinco de faz de conta que eu só me preocupo com a gente .Ainda que eu saiba o nome de quem o divide comigo .É inefável .O único porvir que não me é surpreendente nele é a inconstância .Mas quem disse que eu me importo com isso ? Me importo . Chego a fazer planos de passar um tempo estudando do outro lado do mundo , mas logo desisto .Quando dá seis horas corro para casa para esperar por ele .Repito pra mim mesma até dizer chega que a pressa toda é para não perder a minha novela preferida e passo horas sem lembrar do meu discurso sobre a frivolidade da televisão .Alguém pode me dizer para que lado eu devo ir para encontrar a saída ?! Eu sei meu coração é abjeto de pureza .E o que eu quero agora é dez anos de garantia .Mas até os cupins corroem madeiras com o tempo .Quem sabe ? Não sei, hoje é dia apenas de sentir .Domingo repenso tudo isso.

quarta-feira, 28 de março de 2007


A maior viagem de todas (Suíte)

I

O assassino?
No fogo.
Gravidade com inconsciência,
Instinto dos olhos do inseto.
Atração mórbida, zona de satisfação pessoal,
Céu do asfalto quente.
Atento, ele devora o sol negro
E criava, no silêncio, um teatro psicótico.

Tudo é vazio e escoa.
A pele doce não distingue as partes do corpo.
O som ecoando dentro do teatro,
Atração mórbida,
Vozes no escuro
É o medo e a violência que começam a dominar.

Dentro do sonho, há como dormir fora do corpo
Como um fantasma, livre do espaço e do tempo,
Livre para devorar o verão macabro.

1-1-99 20:49

II

Barcos quentes no selvagem mundo,
Cidade lua,
Donos da zona de perigo.
Estão sendo consumidos.
Descansando e mergulhando em perda,
Procurando uma mistura na água
Algo que os torne um ator: amante!
O pássaro e o inseto voam na sala...
Nada passou pela janela
Porque aqui não há janelas.
Bandidos fecharam-nas,
Elefantes dançarinos
Burros, mas não perdidos.
Não entram no teu charme.
A sala continua a mesma,
Como o vocabulário do amante.
E na lâmpada verde,
O pássaro e o inseto continuam...

20:57

III

Homens gentis são rostos pequenos,
Formigas triturando a folha,
E cristo?
São os filhos, os pais e os fantasmas.
A enfermeira atravessa a parede.
E seus dois olhos vivos, olhos tristes,
Mudam e crescem, multiplicando
Um pequeno round na luta.
Tentou drenar e esconder desejos, conseguiu.
No estado do paciente,
Em sua própria prisão.
Glorificou as nossas divisões
E ampliou a visão.
Um espaço de horror vazio,
Propagando esta alegria
Em lugares privados.

21:05

IV

No silêncio o homem sombra acorda.
Uma sensação de pânico,
Evoca a liberdade das drogas, sonhos, danças...
Corremos com o homem-sombra no silêncio,
Mudando a voz, movimentos compulsivos.
Nós agimos como um louco,
Um profissional na histeria
Roubando a precisão da mente
Psicóticos modos onde nos refugiamos.

Precisamos meditar sobre o homem e o mundo espiritual
Pois a viagem mental formou uma cruz
Que fere a religiosidade da tribo.

V

Dois leões no trono da praia
O universo de joelhos no altar
Curiosos olhos na nossa chuva
A posição da decadência
No espelho da consciência humana.
Espelho do povo e de tudo.
Passivo a qualquer visita
À retaliação e interesse.
A porta dá passagem ao outro lado
A alma livre em sua própria estrada
Através do espelho no morro
Na casa da nova morte!
2-1-99 17:50

VI

Pele de serpente do deserto
Olhos indianos
Cabelos brilhantes,
Ele se move nos distúrbios
Um inseto suave,
No ar...

Queda d’água
Deuses estranhos com pose de inimigos rápidos
Suas roupas são leves túnicas
Os cabelos e a cabeça são um conjunto
Grandes braços como armas
Conservando o sangue azul nas veias
Canção de boas vindas
Os olhos indianos suaves
Estes suaves sentidos de inseto-Deus
Novo medo, o medo ressurgindo
O cheiro de sexo de novo na pele
O vento com folhas faz todos os sons
Dentro da cidade, o Deus faz sua ronda.

4-1-99 14:02

VII

O sacrifício começará!
O inseto-Deus com olhos de naja,
Traz para nós a nova escritura
Ele não anda, flutua sobre a túnica
Como se tocar o chão fosse pecado dos mortais
Um pequeno gafanhoto
Eterno em sua sabedoria
A tribo reunida para presenciar
O ritual de dança, fogo e ilusões.
No pátio central um Xamã
Curando a alma com drogas,
Que o fazem ver Deus
E isso acaba com a supremacia do inseto,
Mas ainda é ele
Quem comanda o ritual.

11-1-99 09:41

VIII

Nós todos vivemos na cidade
A cidade possui uma máfia psicológica
Mas é inevitável não seguir o ciclo
Um jogo,
Um ringue da morte com sexo no centro
Brigas de gangues nos subúrbios
O sofisticado mundo na parte alta da cidade
Com crianças prostituídas.
Mas o grande ringue é imediatamente cercado
Pois a luz do dia destrói o que existe de real
Vida de corvo nesse mundo
Uma só estrada da vida, vida noturna,
Irmãos em jogos da morte que nunca morrem
De estradas à estradas pela noite toda
Na terra do novo desespero.

09:49

IX

A dança prossegue na cidade
Alegria, sórdida ilusão
Algo irracional que nos leva
Como uma máquina que comprime o cérebro.
Expansão mental com aniquilação
De todos os sentidos
A viagem é realmente boa
Porém o destino é sombrio.
A sua volta, o Xamã reza a última prece
Antes de mergulhar no abismo do medo
Sou metal, somos todos algum elemento
Que compõem a máquina compressora
Somos todos uma pílula de anfetamina
Ingeridas no início da noite.
A dança acaba,
Mas algo misterioso e sagrado ainda paira no ar
Pois o Xamã ainda não voltou de sua viagem
Com a resposta primordial!

26-01-99


Lean Valente

quarta-feira, 21 de março de 2007


Branca como uma cera.Gostava de dulcora .Tempestivamente frágil como quem já havia sofrido .Três, meses, dias, anos...

Vestia-me com meus olhos ainda fechados ; de forma singela arrumava minha cama para quando voltasse das festas .Três, não importa o tempo decorrido .Olhos fixos de quem sabia um pouco mais . Exatamente :três de saudades anos.

Em um domingo meio nublado, depois de dias festivos ,foi o dia que escolheu para ir sem incomodar, bem a sua revelia .E os dias , meses e anos ficam assim , sem esgotar ou cessar amor.

terça-feira, 20 de março de 2007








Fim de semana alegre e leve ,daqueles em que a gente tem vontade é de prolongar para não cair na real quando for embora.Sabem que eu não sou dessas que reclamam da segunda, sempre gostei da renovação do início de semana.Costumo gostar das segundas por ser um dia em que posso mudar tudo.Mas este dia 19 foi atípico , talvez pela vontade que estou em me dar prazeres e dias alegres com pessoas especiais.Vez por outra, e cada hora mais ,quero dias assim para mim .

















quarta-feira, 14 de março de 2007

Eu brigo , me aborreço, me estresso muito mais do que deveria , talvez me falte a premissa de que no fim das contas a gente não carrega nada daqui .Não sei se me importo , só sei que quando meu coração não gosta de algo que fizeram comigo , não adianta , não consigo passar por cima .Sei que é um pouco falta de maturidade , vem logo na cabeça, minha mãe dizendo que quando era jovem se aborrecia por tudo ,e hoje não se altera à toa. O que sei é que cansei de falsos sorriso amarelos .Auto- conhecimento? Talvez seja esse mesmo o nome.

terça-feira, 13 de março de 2007

Eis me aqui novamente , escrevendo simplesmente porque me deu vontade . Desejo de dizer não sei bem o quê e nem por quê .Vez por outra , renasce uma necessidade de ter um espaço para divagar sobre minhas inquietações e coisas simples do dia - a dia .
Sem ordem e coerência, resolvi voltar a escrever para mim mesma e para quem mais quiser ouvir.


DISRITIMIA

Os velhos cospem sem nenhuma destreza
e os velocípedes atrapalham o trânsito do passeio,
O poeta obscuro aguarda a crítica
e lê seus versos, as três vezes por dia,
feito um monge com seu livro de horas.
A escova ficou velha e não penteia.
Neste exato momento o que interessa
são os cabelos desembaraçados.
Entre as pernas geramos e sobre isso
se falará até o fim sem que muitos entendam:
erótico é a alma.

Se quiser, ponho agora a ária na quarta corda,
pra me sentir clemente e apaziguada.
O que entendo de Deus é a sua ira,
não tenho outra maneira de dizer.
As bolas contra a parede me desgostam,
mas os meninos riem satisfeitos.
Tarde como a de hoje, vi centenas.
Não sinto angústia, só uma espera ansiosa.
Alguma coisa vai acontecer.
Não existe o destino.
Quem é premente é Deus.

Adélia Prado